sexta-feira, 27 de abril de 2012

E mais uma vez estamos aqui.
Nesse mesmo campo de batalha.
Nessa mesma crença ridícula.
Nesse mesmo sorriso falso.

Quando você mira em algo.
Quando você atira.
Quando você faz alguém sangrar.
Eu me machuco também.

Homens morrendo.
Crianças chorando.
Pessoas lutando.
Eu, escrevendo na terra que ainda resta.

Mulheres morrendo.
Outras crianças chorando.
Homens lutando.
Eu, chorando a beira do mar.

Duas horas de guerras.
Rebeldes e insanos morrendo.
Sento na areia e observo o mar.
Então, começa a chover.

Você passa por mim.
Deita e começa a gemer de dor.
Por que não implora ajuda?
Implore! Eu ajudo você se quiser.

Você não precisa de ajuda, certo?
Pois é, a chuva passou.
Eu também vou embora.
Vou correr a beira mar.

Os tiros voltam.
As pessoas se jogam no chão.
Eu abro os braços e me atiro no mar.
Um longo mergulho e mil sentimentos!

Me jogo na areia.
Minhas lágrimas descem junto com desespero.
Eu prometo esquecer você.
Escrevo seu nome na areia, torcendo para que o mar leve embora.

Fazendo o sinal da cruz.
Levantando e começando uma nova vida.
Depois de um soluço.
Vejo seu corpo jogado na areia... Cindy Ximenes.

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