segunda-feira, 2 de julho de 2012


- Alguém sempre vai chorar...
- Charles, já disse que não quero mais falar sobre finais felizes!
Gritei e voltei a lixar as unhas.
- Sério. Você tem que escolher prioridades em sua vida.
- Aqueles que eu não quero fazer chorar?
- Isso!
- Parabéns, você filosofou Charles!
- Obrigado Megan. Amanhã vou levar você na Praça Diluna.
- Não! - Levantei e fui ajeitar a maquiagem - Estou indo embora.
- Por quê? Megan, você passou a semana toda na cama chorando e dizendo estar doente. É...
- Não sabe o que dizer, certo?
- Megan, você vai mesmo embora?

Os olhos dele estavam lacrimejando! Sei que é difícil acreditar que por dentro eu estava me sentindo mal, mas eu precisava ir embora. Os olhos dele me imploravam! Imploravam e diziam coisas. Eu sabia que precisava ouvir aquelas coisas, por isso fugi de seus olhos o tempo todo.

- Vou sim. Eu precisei de você, você me ajudou. Agora estou bem e vou embora, simples assim!
- Megan... - Ele prendeu a respiração e ficou vermelho. Ficou de olhos fechados por segundos, acho que iria me dar um tapa - Posso dizer uma coisa? - Ele conseguiu fixar os olhos nos meus.
- Diga - Eu já estava em desespero, fiquei realmente com medo de me entregar e me apaixonar por aqueles olhos.
- Se você só me quer ao seu lado quando está mal. Desculpa Megan, mas agora eu só vou desejar isso a você. Seja muito infeliz!

Fiquei envergonhada. Não consegui mais olhar em seus olhos.
- Alguém sempre vai chorar Charles...
- E quem é sua prioridade?
- Não tenho isso. Até mais...

Eu fugi do Charles por uma semana e finalmente entendi o que ele quis dizer. Eu chorei muito! Não por sentir algo, mas... Quer dizer, sim eu sinto algo por ele! Será que voltar e pedir perdão adianta?
Claro que não!
E se o Charles pudesse me ouvir? Não, ele não quer ouvir.
Depois de uma semana com o telefone desligado, lágrimas infinitas, remorso e cigarro eu resolvi dar uma volta.
Não vou mentir que fui com a intenção de ver o Charles.
Fiquei sentada na Praça Diluna por horas e nada...
Mas nada de ir embora! Eu vou esperar por ele!

- O que faz aqui?
- Charles! Você por aqui?
- Sabe que sempre sento aqui a essa hora.
- Não lembrava!
- Claro! Vou indo então...
- Não! Charles, vem cá!
Ele sentou ao meu lado.
- Diga...
- Uma amiga minha ama um cara e não sabe como dizer.
- O cara também sente o mesmo?
- Não sei, sente?
- Ele senti sim. Sente a ponto de perdoar. - Ele sorria como uma criança - Ele sente até demais!
- Acha que ela deve dizer?
- Ela é orgulhosa demais pra isso. - Ele levantou e estendeu a mão - Vamos pra casa?
- Pra sua casa?
- Pra nossa casa Megan!
- Nossa casa?
- Isso - ele sorriu de canto - Vamos?
- Claro! Só queria perguntar uma coisa antes de ir...
- Diga.
- Quem chorou com esse final todo?
- Eu. Chorei de alegria por saber que...
- Não Charles, você não sabe nada! Vamos...

Os Ruídos de uma Deusa.
Charles.
Cindy Ximenes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário